quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Por que nos preocupamos?


Andei postando em meu blog http://www.neuropsicoteologia.blogspot.com/ no dia 12 de dezembro de 2011, sobre tal tema, e por se tratar de assunto bastante corriqueiro e com uma demanda expressiva no NAPSS, achei por bem também reproduzir tal assunto.
Começamos a escrever nesse blog com uma questão que "eu mesmo" já me fiz por muitas vezes: Por que nos preocupamos? Bem, seria óbvio demais dizer "por temos um cérebro" ou "porque todo ser humano se preocupa", essa seria talvez uma resposta, ainda que verdadeira, mas muito simplista! Realmente, os animais não se preocupam, apesar de terem cérebro, pois lhe faltam a "condição humana" para tal. E que condição seria essa? Bem, é complexo falar sobre o "ser humano", mas poderíamos partir dos estudos clássicos antigos, a exemplo da concepção de Platão quando definiu o homem composto de corpo e alma. A teoria filosófica de Platão baseia-se fundamentalmente na cisão entre dois mundos: o inteligível da alma e o sensível do corpo. Grande sacada para aquela época, não foi? Mas vamos continuar a pensar mais um pouco. Um outro teórico muito conhecido pelos psicólogos, psicanalístas, assistentes sociais e estudantes das Ciências Sociais foi Foucault, este concebeu o corpo como o lugar de todas as interdições. Epa! a concepção agora já tem uma dimensão um tanto que mais complexa e completa, não mais se limita em corpo (soma) e alma (psiquê), mas já comporta o espírito (pneuma). Hum! interessante não? Para Foucault todas as regras sociais tendem a construir um corpo pelo aspecto de múltiplas determinações. Bem, além desses teóricos, existiram outros de fundamental importância para compreensão do corpo (ser humano), tais como Lacan, onde afirmava que o corpo é o espelho da mente e diz muito sobre nós mesmos, enquando para Nietzsche, só existe o corpo que somos; o vivido e este é mais surpreendente do que a alma de outrora. Uau! quantos conceitos. Mas afinal, por que é que nos preocupamos?

Bem, por sermos dotados de um cérebro, este concreto, orgânico, composição natural e anatômico, é o "lócus" da nossa mente, esta abstrata e definida como parte responsável pelas funções superiores do cérebro humano, particularmente aquelas das quais os seres humanos são conscientes, tais como o pensamento, a razão, a memória, a inteligência e a emoção, ou mesmo responsável pela descrição da personalidade. Ora, podemos então concluir que temos preocupação por possuirmos um cérebro ativo com uma mente em perfeita condições. Bem, isso seria também muito simplista. Pois, podemos perceber que em nossas mentes, algumas preocupações não são salutares (saudáveis) para o nosso dia a dia, logo, existe "preocupações inúteis", é isso mesmo, preocupações que só nos traz "lixo mental" e em consequência disso, ansiedade, estresse, angustia, inquietação, dentre outras manifestações e transtornos mentais. Ok! entendi então. Quer dizer que existem em nossas mentes preocupações úteis (saudáveis) e inúteis (doentias)? Eureca! É isso mesmo! O difícil é nós conseguirmos fazer essa triagem e nos protegermos das preocupações inúteis. Como é que eu posso saber que a minha preocupação é "inútil"? Bem, é só você pensar na diferença entre o "Querer" e o "Precisar", isso lhe ajudará muito. Em outras palavras, quando eu "quero", essa condição está esfera do "desejo", não necessito naquele momento de está pensando a respeito, como por exemplo, por que devo me preocupar com uma prestação qualquer que só irá vencer daqui há 3 meses? Ou por que está preocupado com palavras ofensivas ditas a mim, e a todo momento fico remoendo e pensando em dar o troco? Isso em nada me será útil pensar, apenas "Quero" está pensando. Agora, quando "Preciso" pensar ou me preocupar, estou na esfera da necessidade, ou seja, quando me preocupo com a minha saúde porque o meu colesterol está alto, ou com um compromisso que devo hoje chegar no horário para não haver prejuízo sério para mim, isso é "necessário" eu está preocupado, todavia, tal preocupação cessará quando alcançar o objetivo ou realizar a ação, pronto, não preciso mais pensar ou me preocupar mais!

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